Disse minha mãe ao telefone - como sempre, a primeira (fora esposa e filha) a me felicitar pela passagem do 8 de maio - que a vida começa aos quarenta.
Ontem mesmo postei um breve texto falando que era meu último dia de vida como trintão. Entrei nos "enta" e, a par do que todos que já passaram por essa experiência, é feito água: insípido, inssosso e indolor - embora água gelada doa, e fervente queime!
Mas os planos são os mesmos, isto é, sigo pagando meu plano de aposentadoria privada. Não há "então" que resista à previdência oficial, embora não seja de todo mau observá-la: são pelo menos mais quinhentos mangos no bolso todo mês. Mas isso eu ainda tenho vinte e cinco anos para poder usufruir.
Hoje é dia de comemorações, e não me furto delas: conheço pessoas que não comemoram o próprio aniversário, mas chegam a dar presentes pro sogro no dia do sogro. Não é meu caso. Sou terrível com dia das mães - que por sinal é amanhã, dia dos pais, dia da criança, dia da mulher, dia disso, dia daquilo, natal, ano novo, carnaval. Mas aniversário é sagrado. O meu e, quando me cabe, o dos outros também.
Sinto-me bem no dia 8 de maio, em geral melhor do que os outros dias. Para mim não existe dia mais "redondinho", ele é todo perfeito, sem arestas, sem atrito, sem aparas. Parece uma esfera, o que segundo um amigo matemático é apenas uma definição abstrata, materialmente não existe o conceito "esfera".
Mas meu aniversário não é material, também é um conceito. Uma abstração, de mim, da minha própria existência. Mas isso é papo profundo demais. Tenho cervejas para tomar!
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