Há quem diga que o ciúme é o tempero para o relacionamento dar certo. Evidentemente, tudo aquilo que é demais faz mal. E nesse passo a escassez também pode produzir o mesmo efeito!
Há também quem fale que seria prova de amor: Ora, prova de amor... amor é um sentimento que é, ou deveria ser, altruísta. Se condicionamos uma coisa à outra é porque tem algo errado. E principalmente quando sinônimo de possessividade, insegurança ou desconfiança, é altamente nocivo. A cumplicidade é que é a grande "prova" do amor!
Mas e quando a pessoa não sente nenhum ciúme? É descaso, confiança incondicional ou descrédito sobre a outra pessoa?
São diversas questões que só me remetem a uma conclusão: quanto mais encucarmos sobre o ciúme, mais mal ele nos fará!
***
Já presenciei cenas ridículas de ciúme: fui visitar um amigo, encontrando sua esposa esperando o elevador no térreo do prédio onde moravam. Trocamos algumas idéias até que a porta se abriu: lá estava o meu amigo e, junto com ele, uma bela loira que morava um andar acima deles. Ele estava descendo para pôr o lixo na rua, esperamos que o fizesse e subimos todos juntos no elevador. No mais profundo silêncio.
Um silêncio constrangedor, eu percebia que a mulher rangia os dentes. Segurou-se até a entrada no apartamento, quando desfiou um rosário de queixas e acusações: de onde os dois vinham tão sorridentes, que ele era de sorrisos muito fáceis para a vizinha. Metralhou o cara, que tentava se defender em vão. Até que ele disse: "Tá, e tu e o Rodrigo, vinham da onde?"
Ele inverteu o jogo e a mulher ficou possessa. Foi nesse momento que descobri que era um bom momento para ir embora. Não notaram minha saída, entre acusações mútuas. "Absurdo desconfiar de mim", "não respeita nem meus amigos" e outras pérolas foram as últimas que ouvi, ainda no corredor, esperando o elevador.
O elevador desce, o ciúme sobe!
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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