segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Repetir ou interpretar?

Dizem que a bola pune. As rodas também, e a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) - quando quer - mais ainda.

Schummacher por anos foi o cara. Hexacampeão de F1, imbatível, ninguém superava o alemão. Diziam que era pelo talento inigualável. Já eu, o "do contra", sempre com teorias próprias, dizia que era pelo carro inigualável. Rubens Barrichelo, da mesma equipe, não o superava. "Pé-de-chinelo", consagraram os imbecis do Casseta & Planeta e o homem médio repetiu em coro! De minha parte, obviamente, havia outra explicação: Rubinho NÃO podia ultrapassar o alemão, mas não por questões técnicas: decisão da equipe.

Nem o episódio (acho que foi) de 2002 serviu para que me dessem razão: Barrichelo era um traíra, alguém que não amava a pátria, um pé-de-chinelo mesmo, aquele blá-blá-blá todo que a mídia despeja e o Zé Povão aceita sem analisar. Pois Rubinho, que passou temporadas como coadjuvante de Schmmy, o único que podia batê-lo, estava proibido de fazê-lo. Por ordens da equipe.

Não por acaso, a mesma Ferrari que este ano mandou o incensado Massa (que até o momento não fez nada além do que Barrichelo já não tenha feito) dar licencinha porque o Alonso vinha voando. Abriu-se o debate sobre a ética na Fórmula 1. Muito pouco ou nada se falou sobre o Felipe, que bradou aos quatro ventos que deixa a equipe se um dia lhe disserem que ele é o número 2. Bem, se é o número 2 eu não sei, mas Alonso continua o superando.

Já em outro nível de conversa, Barrichelo fez ultrapassagem memorável em Schummacher - que se sabe lá qual motivo o fez retornar - na disputa pelo DÉCIMO lugar. Isso mesmo, décimo. Mas o Michael não era o máximo, não era o cara? Como está agora lutando pelo décimo lugar, e ainda precisando jogar o ex-companheiro de equipe contra a murada para nem assim garantir a posição? A FIA o puniu com a perda de 10 posições no próximo grid de largada.

E o fato, pela minha análise, só confirma que o hexacampeão era muito mais carro do que piloto. Naqueles anos, seria campeão quem a Ferrari quisesse. Querendo, teria gerado um brasileiro que poria Senna no bolso! Não quis isso, apostou no alemão - que faça-se justiça, já havia sido campeão por outra escuderia, se não estou enganado na Benneton!

Não é só aí que os fatos são interpretados. Acontece o tempo todo. Resta a nós, reles mortais, querermos nós mesmos interpretarmos o que nos é exposto, ou apenas repetirmos os dogmas. Eu escolhi a primeira opção

***

P.S. De volta, depois de um período não exatamente sem tempo, mas como ele mal administrado. E sem idéias, também. Dá um cansaço esse papo de interpretar!

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