segunda-feira, 31 de maio de 2010

Em sentença de primeiro grau, Ford é condenada a indenizar o Estado

Essa é para fazer RBS e todo o centro-direita anti-PT do Estado cair o queixo: a Ford foi condenada a indenizar o Estado do Rio Grande do Sul, por conta de valores recebidos (pelo governo Britto, por óbvio) e cujas contas não foram prestadas!

Depois de 10 anos detonando-se a verdade, a mídia está boquiaberta, pois certamente sonhava com uma Ford indenizada pelo Estado - como, aliás, bradou-se aos quatro ventos na época. Não há ação alguma da Ford contra o RS. Já o contrário...

Transcrevo matéria de outro blog - http://diariogauche.blogspot.com/2010/05/ford-foi-condenada-pela-justica.html - em que o assunto é tratado com muita propriedade:

"Mídia sulina está calada, apesar de a sentença judicial ter saído em dezembro/2009

A ação ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a Ford Brasil Ltda. recebeu sentença favorável, condenando a empresa a indenizar o Estado e reconhecendo o rompimento contratual por parte da montadora. O maior imbróglio vivido pelo mandato de Olívio Dutra como governador toma, a partir da decisão judicial, de dezembro de 2009, nuances distintas em relação à época da saída da Ford do estado e sua instalação na Bahia. Já houve apelação por parte da empresa e a decisão, portanto, não é definitiva.

No documento ao qual Sul 21 teve acesso, o Estado alega que havia celebrado com a Ford um contrato de implantação de indústria, acompanhado de 49 anexos, em data de 21/03/1998. Havia também um contrato de financiamento com o Banrisul, disponibilizando à empresa a quantia de R$ 210.000.000,00 [210 milhões de reais], liberado em três parcelas, de acordo com cronograma acordado entre as partes.

Na época, o governo noticiou que a primeira parcela havia sido liberada, ficando o acesso às demais condicionado à comprovação da vinculação dos gastos das parcelas anteriores à execução do projeto. Diz a ação que o Estado, no início de 1999, frente ao conjunto de obrigações assumidas no contrato, procurara, amigavelmente, rever algumas cláusulas que considerava nulas e prejudiciais ao patrimônio público.

Ainda segundo o documento, no final de março de 1999, a montadora estava ciente de que deveria prestar contas, e apresentou grande quantidade de documentos e um rol de alegados gastos com o programa Amazon, relativos ao período de julho de 1997 a março de 1999, os quais foram remetidos à contadoria da Auditoria Geral do Estado (CAGE), que concluiu que a comprovação era insuficiente. Antes mesmo da conclusão dos trabalhos da CAGE, a Ford já havia se retirado do empreendimento por iniciativa própria, anunciando a ida para a Bahia, sem encerrar tratativas oficiais com os representantes do Poder Público Estadual no RS.

“A Ford, consoante supramencionado, quando notificou o Estado de que estava desocupando a área onde seria implantada a indústria e sustentou, equivocadamente, o descumprimento do contrato pelo Estado que negava-se a repassar a segunda parcela do financiamento, indiscutivelmente tornou-se a responsável pela rescisão contratual. Diz-se equivocadamente, porque estava o Estado amparado nas disposições contratuais quando negou o repasse da segunda parcela do financiamento, em face da já mencionada pendência da prestação de contas pela FORD, daqueles valores repassados, concernente à primeira parcela do financiamento”, diz o documento.

Segundo matéria do jornalista Fredi Vasconcelos publicada na Revista Fórum em 2008, o custo da disputa para tirar a fábrica do Rio Grande do Sul vinha sendo revelado aos poucos, já que as negociações foram secretas, sem nenhuma participação da sociedade. O contrato original fechado pela Ford com o então governador Antonio Britto para a construção da fábrica previa o repasse de 419 milhões de reais (234 milhões em obras de infra-estrutura, 185 milhões em financiamento de capital de giro e concessão de créditos de ICMS). Algo parecido com os incentivos dados para a fábrica da General Motors, que acabou sendo construída no Rio Grande do Sul.

Quem levou a Ford para a Bahia?

O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. O jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmou: "O fato porém, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis"; e: "para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste". Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.

O jornal Gazeta Mercantil [extinto em maio de 2009] também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão na época pela oposição ao governo de Olívio Dutra, de que ele era o responsável pela perda da montadora não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato.

O então secretário de governo José Carlos Moraes [a rigor, José Luiz Vianna Moraes, ex-secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do governo Olívio Dutra; nota DG] , que participou das negociações de revisão dos contratos, disse na época que desde o início a Ford foi intransigente. “No primeiro encontro, o negociador designado já chegou dizendo que não estava autorizado e não tinha delegação para conversar”, declarou à época em entrevista ao jornal Extra Classe.

Moraes, que faleceu em março de 2009, revelou que na proposta final do Rio Grande ficavam mantidos os incentivos fiscais e investimento de 70 milhões de reais em recursos, mais 85 milhões em obras, o que daria cerca de 255 milhões de reais. Além de 75 milhões que seriam investidos no porto de Rio Grande. Moraes afirmava também que o desinteresse da Ford se deveu muito à mudança do mercado brasileiro, em que havia a perspectiva de produzir e vender de 3,5 milhões a 4 milhões de carros, o que não aconteceu."

Perfil do blogueiro: Cristóvão Feil, Porto Alegre, RS, Brazil, Sociólogo

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O direito e o esquerdo

Não é raro lermos alguma matéria, em jornal ou revista, sobre pessoas que deixaram suas profissões, em geral precedidas de curso superior e até mesmo pós-graduação, para dedicarem-se ao seu sonho original: trabalhar no campo, abrir uma confecção, abrir um bar, escrever, dentre outras.

Uma coisa tenho notado: quase que invariavelmente, lemos na matéria algo como "deixou o Direito para dedicar-se a", ou "largou promissora carreira jurídica para etc.".

Ninguém larga a odontologia para dedicar-se à lapidação de pedras preciosas em Iraí! Ninguém suspende seu registro no conselho de medicina para dedicar-se ao seu estúdio de criação digital. Claro, existem exceções, justamente para confirmar a regra.

Mas volta e meia vê-se alguém que larga o Direito (em geral a advocacia, pois são raros aqueles que abandonam as carreiras de Estado) para trabalhar não naquilo que fora motivada pelos pais ou pelo aparente glamour da profissão, mas no que mais se identifica, muitas vezes sonhos de infância. E por que isso?

Várias são as respostas, e eu só ouso registrar algumas delas. Uma é o alto número de cursos jurídicos hoje existentes no Brasil. Qualquer um faz um curso de Direito! Se não ingressar na faculdade A, B ou C, conseguirá na D. Se não esse ano, em algum outro ano. São muitas vagas! Muitos cursos privados ávidos por alunos! E tão fácil quanto entrar, fácil é sair. Não vou ser hipócrita de dizer que é difícil. Não é - evidentemente não estou falando dos cursos de ponta, os quais não preciso citar o nome. Fui professor nesse setor e sei bem o que estou falando.

Outra resposta possível é que, aliado com o grande número de ofertas, está o aparente glamour da profissão. Aliás, também não é raro alguém fazer Direito como seu segundo curso superior! Já ouvi e vi vários amigos, das mais diversas áreas, dizerem que um dia cursariam Direito - quando não estão cursando ou mesmo já formados! Ou seja, muito mais do que qualquer outro curso, muitos mais pessoas querem o Direito. Algo como todo mundo um dia já quis ser médico - eu já, tinha seis anos e não tinha idéia do que estava falando, mas queria!

Outra possibilidade é a desilusão com a carreira, principalmente com a de advogado. Há os que sucumbem ante o Exame da Ordem, alguns depois de meia dúzia de tentativas frustradas. Outros, ainda que superando esse obstáculo (obstáculo esse que me impus quando ainda não era obrigado a isso e, diga-se de passagem, passei na primeira), acabam se desiludindo com o dia-a-dia da profissão - é preciso muita paixão e desapego à estabilidade financeira.

Ainda, há os que, optando pelos concursos - desejo da grande maioria dos acadêmicos, o que percebi nos meus três anos como docente - terminam por não lograr êxito nos processos seletivos: um pouco pela dificuldade dos mesmos, um pouco pela imbecilidade das provas, e ainda outro pouco pela má formação e/ou mau preparo do candidato. Depois de alguns anos com o título de bacharel, que por si só não quer dizer nada, começam a olhar para os lados.

Passam a ir atrás dos sonhos. Vêem que seguir o sonho dos pais ou a ilusão de uma carreira glamourosa não era o melhor caminho. Mas, que diabos, se decide isso com 16 ou 17 anos!

É largar o direito para se agarrar ao esquerdo!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mudanças nas formaturas da UFRGS

Sou formado pela PUC - a UFRGS não me quis, fui 66º colocado num vestibular com 2.400 concorrentes para 60 vagas. Desgraçadamente, a Universidade no ano seguinte aumentou para 70 o número de vagas para o curso de Direito!

Fora o trauma de mais de 20 anos - que é bem resolvido, fui aluno da Federal brevemente no curso de Letras em 1989 - sempre frequentei as cerimônias de formatura, principalmente do curso de Farmácia onde meus amigos e minha então namorada - hoje esposa - estudavam.

A característica das formaturas da UFRGS sempre foi o recado pessoal dos formandos quando chamados para receber o canudo representativo do diploma - recados esses que foram sendo paulatinamente transformados em discursos paralelos, com gente levando até por escrito o que ia dizer.

Na PUC, quando me formei em 1995 - na verdade no dia 10 de janeiro de 1996 - não havia essas regalias nem senti falta - não sou daqueles que sentia a necessidade de agradecer a quem quer que fosse, ao menos não publicamente. Até porque, com 104 formandos, foi louvável aquela cerimônia ter durado pouco mais de duas horas - até hoje lembro das palavras finais do finado direto Carlos Allgayer: "A partir de agora, tudo é festa!" - eu estava tão cansado e fazia tanto calor naquela noite que provavelmente foi a vez que menos fiz festa!

Mas a formatura tá lá, gravada no anacrônico VHS, e passei muito bem sem o recadinho pessoal.

Diferente dos formandos da UFRGS, que se insurgem contra as mudanças impostas pela Universidade. Para quem está no palco e é o momento de brilhar, é uma coisa. Mas para quem está assistindo, é enfadonho as quatro horas de blá blá blá, micagens e outras peripécias dos formandos. Sem falar que as formaturas - e isso de todas as universidades - estão virando espetáculos de futebol, com aquelas cornetas e assemelhados altamente irritantes!

O excesso de formalidade é ruim, mas o oposto também o é. Como sempre, a virtude está no meio-termo. A UFRGS acena com a inserção de um vídeo pessoal de 30 segundos, o que não tem sentido, então deixa o cara falar esses 30 segundos, embora eu concorde com o fim dos recados pessoais.

De qualquer modo, é algo de relevância relativa: tem significado para formandos, para familiares, mas para o público em geral não há maior interesse. Estou certo que os futuros bacharéis e licenciados lidarão bem com isso!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Curtas de segunda

As más notícias chegam com a segunda, como se a própria (dizem) não fosse ruim o suficiente (eu pessoalmente não tenho nada contra segundasfeiras).

A primeira, que se sabe desde sexta, é o retorno da anacrônica "A Voz do Brasil", ao horário obrigatório das 19h, em TODAS as rádios do país - fruto da revogação, pelo STF, de uma liminar que favorecia a Associação Gaúcha de Rádio e Televisão (AGERT).

Será possível que um instrumento dos tempos da ditadura varguista ainda tenha tamanha sobrevida em horário nobre do rádio? Foi criada em 1935 para que as idéias do "führer" tupiniquim pudessem ser, livre e obrigatoriamente (paradoxo total), difundida nos racantos mais recônditos do Brasil.

Mas isso era de um tempo em que não havia tevê - muito menos a cabo! Não havia computador, muito menos internet. O país evoluiu mas, ao que parece, a cabeça dos ministros da Corte Máxima, não.

Lamentável!

***

A outra nota a se lamentar foi a morte do roqueiro Ronnie James Dio, metaleiro que emprestou sua voz ao Black Sabbath, após a saída do lendário Ozzy Osborne, bem como ao Rainbow, do guitarrista Richie Blackmore (ex-Deep Purple). Recentemente, organizava uma turnê com a banda Heaven and Hell, composta por ele, Tommi Iommi - o fantástico guitarrista do Sabbath, bem como Geeze Butler, baixista da mesma banda.

A turnê teria sido cancelada ainda no final do ano passado, devido ao agravamento do estado de saúde de Dio, agora vitimado pelo câncer no estômago.

O rock, o verdadeiro rock, está de luto!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Jogo Eletrizante e lista sem surpresas

A noite encaminhava-se para uma tragédia: eram 20 minutos do primeiro tempo, o Santos jogava melhor e fazia 2x0. As chances de gol desperdiçadas pelo Grêmio, incluindo um pênalti bisonhamente batido por Jonas, a partir daí não davam maiores esperanças ao torcedor.

Silas armara mal o time e fora vitimado por erros individuais (Victor no primeiro gol, Douglas no segundo). Soube arrumar e o Grêmio foi efetivo no segundo tempo, empilhando 4 gols em sequencia nos meninos da Vila! O gol de Robinho ao final diz que salvou o Santos de uma noite que começou brilhante e terminava desastrosa - vai vivo para o enfrentamento da semana que vem!

É a hora do Grêmio criar o fato do ano no futebol local!

***

A imprensa nacional divide-se quanto à coletiva dada por Dunga e a lista por ele apresentada. Para uns, foi uma brilhante entrevista, para outros uma patuscada sem precedentes. E a lista, para alguns foi coerente com o trabalho até então desenvolvido; para outros, um atentado ao futebol por deixar de fora Ganso, Neymar, Victor e Ronaldinho Gaúcho.

Minha opinião. Vamos por partes.

Quanto à entrevista, houve de fato respostas brilhantes para as perguntas cretinas formuladas. Como aquela, que na verdade não foi uma pergunta, do jornalista que observou que ainda bem que ele não era técnico da Seleção em 1958, porque senão não ia convocar Pelé. Ao que Dunga restrucou algo como "Você conhece algum Pelé aí? Então me traz dois, três, que eu coloco de titular na seleção e ainda dou a braçadeira de capitão!". A outra foi referente à comparação com Menotti que em 1978 não convocou Maradona. Dunga não perdeu tempo: "E quem foi campeão mesmo?".

Por outro lado, falou asneiras do tipo "não sei se a escravidão ou a ditadura foram ruins porque não vivi isso, só quem viveu pode falar". Junto com o recorrente "com nós" e o "noventas minutos", revelou uma burrice inigualável!

Portanto penso que a entrevista de Dunga teve seus altos e baixos. O grande problema é que tem jornalista que pensa que sabe das coisas, que sabe entrevistar!

Quanto à lista, não entendo o porquê de tanta celeuma: Dunga já antecipara que ia ser exatamente isso aí, fruto de quem trabalhou com ele por esses quatro anos. Evidente que é um absurdo deixar Victor de fora, o melhor goleiro do Brasil por duas temporadas seguidas em detrimento de Gomes, que teve quatro convocações apenas, sendo que a última há 4 anos! Nem discuto Doni, de qualidade técnica duvidosa, mas da extrema confiança do treinador. Mas Gomes?

Só que algo me dizia que Victor ficaria de fora. Poderia até dizer que tinha certeza disso.

Já quanto a Neymar e Ganso, o clamor público não se justifica. São fenômenos desse semestre - jogaram o Brasileirão do ano passado pelo Santos, alguém lembra deles? Como convocar justamente pra Copa dois jogadores que jamais haviam sido convocados antes? É mais ou menos a história da carne de pescoço e do filé. Acerto do Dunga nesse ponto.

Outro ponto a ser destacado são as comparações com Falcão, em 1978. Tão semelhantes quanto uma vaca e uma alpargata! Falcão em 1978 era titular do Internacional havia quatro ou cinco anos. Tinha passagens anteriores pela Seleção, tanto as de base quanto a principal. Era bi-campeão brasileiro. Os garotos do Santos são, apenas, revelações DESSE primeiro semestre, sem qualquer título de maior relevo (só tem o Paulistão), sem histórico na Seleção. Não tem como comparar com Falcão. O que dirá comparar com Pelé!

Já quanto a Ronaldinho considero um erro - que será relevado ou não, conforme o desempenho e o resultado obtido na Copa. Ele deveria estar na lista, nem que fosse para compor grupo (assim como penso que Marcos, do Palmeiras, deveria ser convocado, não por alguma qualidade, mas pela sua experiência para o grupo, como terceiro goleiro - mas entra também na questão de coerência).

Adriano não chega a ser um absurdo sua não convocação. E Grafite é apenas o jogador que corresponde ao Imperador.

Foi uma lista sem surpresas, concordemos com ela ou não.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A vida como ela não é na tevê

Em Caxias do Sul, um empresário de 48 anos e seus dois filhos gêmeos, de 7 anos, morreram (intoxicados? envenenados? asfixiados?) por um vazamento de gás. Foram achados dia 3 de maio, a mãe estava viajando e de nada sabia.

Inobstante as tintas de tragédia que pintam o cenário, penso que ando vendo demais The Mentalist, Monk e coisas do gênero: nesses seriados, certamente a mãe seria a assassina da própria família, e discorreriam sobre a engenharia desenvolvida para a consumação do crime.

A realidade, no entanto, nem sempre é tão astuta, charmosa - se é que dá para ter algum charme nisso. Evidente que as investigações policiais não se fecham unicamente na possibilidade de acidente, pois há que considerar questões como o homicídio concomitantemente com suicídio do próprio pai, que teria preparado o vazamento, ou mesmo a sabotagem do sistema de gás por terceiros.

O que mais transparece é o acidente, de qualquer forma - seja porque não estamos num episódio de Patrick Jane, seja porque pensamos com compaixão. Mas ao mesmo tempo em que Sanfelice, condenado por cremar a própria esposa, é capturado e será fatalmente extraditado, as nuances policiais pululam pelas cabeças - nossas, leigas, e também as técnicas.

Enfim, é a vida real no ar!

terça-feira, 11 de maio de 2010

A Lista

Podia jurar que havia postado algo para o dia nove de maio, mas não postei. Se postei, sumiu. Se não, estou ficando louco mesmo. Penso que é um lento processo, gradual.

***

Muito especula-se sobre A Lista. Assim, com Maiúsculas. A Lista do Dunga. Claro. Mais importante que as eleições! Mais importante que a crise na Grécia. Mais importante que a governadora, de quem nada mais falam.

Não creio em surpresas: os jogadores (23 ou 30, não entendi bem ainda) serão os mesmos que vêm jogando. Sem surpresas, sem gansos ou neymares. No máximo de surpresa, Ronaldinho Gaúcho. E não tenho garantias de que Victor será convocado!

Enfim: para mim tanto faz. Desde 1985 não torço para o selecionado de futebol masculino! Futebol para mim é Grêmio, e olhe lá!

sábado, 8 de maio de 2010

Um conceito

Disse minha mãe ao telefone - como sempre, a primeira (fora esposa e filha) a me felicitar pela passagem do 8 de maio - que a vida começa aos quarenta.

Ontem mesmo postei um breve texto falando que era meu último dia de vida como trintão. Entrei nos "enta" e, a par do que todos que já passaram por essa experiência, é feito água: insípido, inssosso e indolor - embora água gelada doa, e fervente queime!

Mas os planos são os mesmos, isto é, sigo pagando meu plano de aposentadoria privada. Não há "então" que resista à previdência oficial, embora não seja de todo mau observá-la: são pelo menos mais quinhentos mangos no bolso todo mês. Mas isso eu ainda tenho vinte e cinco anos para poder usufruir.

Hoje é dia de comemorações, e não me furto delas: conheço pessoas que não comemoram o próprio aniversário, mas chegam a dar presentes pro sogro no dia do sogro. Não é meu caso. Sou terrível com dia das mães - que por sinal é amanhã, dia dos pais, dia da criança, dia da mulher, dia disso, dia daquilo, natal, ano novo, carnaval. Mas aniversário é sagrado. O meu e, quando me cabe, o dos outros também.

Sinto-me bem no dia 8 de maio, em geral melhor do que os outros dias. Para mim não existe dia mais "redondinho", ele é todo perfeito, sem arestas, sem atrito, sem aparas. Parece uma esfera, o que segundo um amigo matemático é apenas uma definição abstrata, materialmente não existe o conceito "esfera".

Mas meu aniversário não é material, também é um conceito. Uma abstração, de mim, da minha própria existência. Mas isso é papo profundo demais. Tenho cervejas para tomar!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Último dia

Hoje é meu último dia - não de vida, espero. Mas o último na casa dos 30, pois amanhã quando acordar já serei um quarentão.

Não sou apegado ao sistema decimal, como é comum nesses casos. Gostamos de números redondos, gostamos do número dez, mas e se a nossa base logarítmica fosse outra? De qualquer sorte, como estou afastado da matemática desde o fim do segundo grau (ensino fundamental para os mais novos, científico para os mais velhos), deixemos que a base dez gerencie nossos dias.

Enfim: será tão indolor quanto foi a passagem para os 10, para os 20 ou para os 30. Cada vez mais significa menos. Mas não me sinto velho, é como a frase do messenger de um amigo meu: "a cada ano melhor".

Sigamos adiante. Há tanta coisa boa pela frente!

domingo, 2 de maio de 2010

O título do blefe

O Grêmio é campeão gaúcho, nada mais justo. E, basicamente, por dois motivos: primeiro, foi o time que mais quis ganhá-lo; segundo, foi o mais competente.

Escorregou nas suas próprias limitações, e deixa pendências preocupantes para o restante do ano. Mas cumpriu, digamos assim uma fase. Só que o futebol é dinâmico: quarta tem mais, e tudo estará sendo posto à prova.

Feito pôquer: nem sempre o blefe leva!

sábado, 1 de maio de 2010

Dezesseis anos depois

Lembro como se fosse hoje. Havia dormido na casa da então namorada (hoje esposa). Quando acordei, ela comentou que tinha ouvido que o Senna tinha se acidentado (isso era do tempo em que eu acordava pelo meio-dia, no domingo).

Liguei a tevê acreditando que fosse mais uma batida sem sentido, mas logo veio aquela confirmação do Roberto Cabrini.

Nunca tive Senna como ídolo. Eu era Piquet, dentro daquela eterna rivalidade que se tu és um não pode ser outro. Não foi algo que me emocionou, mas me surpreendeu.

A melhor imagem que vi nas homenagens post mortem da Globo (era de um tempo em que eu não tinha tevê a cabo) foi um clipe de imagens dele tocando ao fundo "My Way", interpretado pelo Sex Pistols:

"I've lived a life that's full
I traveled each and every highway
And more, much more than this
I did it my way"

Isso sim me emocionou!

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Fosse vivo, Norberto Lacassagne Peres, meu avô, completaria creio que 104 anos. Nasceu no dia do trabalhador, nada mais verdadeiro. São dezessete anos desde sua morte, deixa saudades.

Em tempo: era o dia do ano em que os Peres se reuniam! A única chance de ver meus tios todos juntos!

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