quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mudanças nas formaturas da UFRGS

Sou formado pela PUC - a UFRGS não me quis, fui 66º colocado num vestibular com 2.400 concorrentes para 60 vagas. Desgraçadamente, a Universidade no ano seguinte aumentou para 70 o número de vagas para o curso de Direito!

Fora o trauma de mais de 20 anos - que é bem resolvido, fui aluno da Federal brevemente no curso de Letras em 1989 - sempre frequentei as cerimônias de formatura, principalmente do curso de Farmácia onde meus amigos e minha então namorada - hoje esposa - estudavam.

A característica das formaturas da UFRGS sempre foi o recado pessoal dos formandos quando chamados para receber o canudo representativo do diploma - recados esses que foram sendo paulatinamente transformados em discursos paralelos, com gente levando até por escrito o que ia dizer.

Na PUC, quando me formei em 1995 - na verdade no dia 10 de janeiro de 1996 - não havia essas regalias nem senti falta - não sou daqueles que sentia a necessidade de agradecer a quem quer que fosse, ao menos não publicamente. Até porque, com 104 formandos, foi louvável aquela cerimônia ter durado pouco mais de duas horas - até hoje lembro das palavras finais do finado direto Carlos Allgayer: "A partir de agora, tudo é festa!" - eu estava tão cansado e fazia tanto calor naquela noite que provavelmente foi a vez que menos fiz festa!

Mas a formatura tá lá, gravada no anacrônico VHS, e passei muito bem sem o recadinho pessoal.

Diferente dos formandos da UFRGS, que se insurgem contra as mudanças impostas pela Universidade. Para quem está no palco e é o momento de brilhar, é uma coisa. Mas para quem está assistindo, é enfadonho as quatro horas de blá blá blá, micagens e outras peripécias dos formandos. Sem falar que as formaturas - e isso de todas as universidades - estão virando espetáculos de futebol, com aquelas cornetas e assemelhados altamente irritantes!

O excesso de formalidade é ruim, mas o oposto também o é. Como sempre, a virtude está no meio-termo. A UFRGS acena com a inserção de um vídeo pessoal de 30 segundos, o que não tem sentido, então deixa o cara falar esses 30 segundos, embora eu concorde com o fim dos recados pessoais.

De qualquer modo, é algo de relevância relativa: tem significado para formandos, para familiares, mas para o público em geral não há maior interesse. Estou certo que os futuros bacharéis e licenciados lidarão bem com isso!

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