quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A primeira carta

Nada incomum, a frase "isso é do meu tempo" é recorrente entre os saudosistas, ao ouvirem uma música, relembrarem um filme, um comercial de tevê. E junto vem a discussão sobre as gerações: sou dessa ou daquela geração.

Estudiosos definiram a atual geração como a "y". A minha, que viveu a passagem da adolescência para a vida adulta nos anos 1980, se não me engano é a "x". O que me dá um certo medo, pois a aproximação do fim do alfabeto induz pensar que o apocalipse está perto!

Estou mais para a classificação de gerações conforme a reforma do ensino: meus pais são do tempo do Primário, Ginasial e Científico. Na minha época já era primeiro e segundo grau. Agora é ensino fundamental e médio! Sem falar na história que colocaram um ano a mais no primeiro grau, digo, no ensino fundamental.

Não acresceram a 9ª série, como seria de se pensar de imediato. Na verdade transformaram o pré-primário em primeiro ano, e renumeraram as oito séries seguintes.

O que tem dado uma certa aflição para pais, educadores e, consequentemente, crianças. Vejo pais de colegas de minha filha, que está com seis anos recém completos, apreensivos com o fato da escola ainda não estar alfabetizando os pequenos.

No caso da Helena, ela entrará na primeira série no ano que vem, quando completará sete anos. Ao que parece, o processo de alfabetização se desdobrará em dois anos, o que dá a entender que a coisa fluirá naturalmente. Dificilmente, penso eu, alguma criança passará à terceira série sem estar lendo e escrevendo na perfeição dos seus sete ou oito anos.

Mas tudo isso pra dizer que, inobstante o processo educativo, a baixinha já está ansiosa para diminuir a taxa de analfabetismo no país. Vem num processo constante de vontade de ler, de escrever. Pergunta sobre letras, identifica placas (as que têm seu nome escrito, por força de uma candidata a deputada, são detectadas com felicidade quando andamos pela rua).

E já escreve bilhetes, auxiliada por dicas das letras ou mesmo copiando, como foi o caso do bilhete abaixo, que ela escreveu para a professora perguntando o nome de um livro que ela quer que compremos pra ela. Note que abaixo do nome dela, naturalmente a anotação é da professora, dando a indicação do título do livro, autor e editora.

Fiz questão de escanear e tornar público esse feito. É algo tipo a primeira carta que ela escreve, daquelas coisas que guardaremos para lembrar esses momentos que não voltam.

Está aí, eternizado na web!

Um comentário:

blog da Paraguassu disse...

Ah! Rodrigo, que mimo! É uma fôfa mesmo essa boneca. Diga a ela que o vovô Tasso está orgulhoso e faceiro de vê-la já escrevendo. E ela escreve do jeito dela, pedindo "por favor".Parece que estamos vendo aquele rostinho tão amado falando as coisas como se fosse adulta. Dá beijocas nas bochechas rosadas dela e um abração para ti e para Raquel.
Bjs., Tasso e Maria.

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