segunda-feira, 5 de abril de 2010

A estrela sobe

Jonas é o tipo do cara que não queremos para cunhado ou genro: é muito feio e tem aquele ranço no sotaque de quem saiu do interior de São Paulo. Preconceito puro. Mas não é para isso que ele se apresenta, embora sua cara de taxista ou de instalador de antena da NET lhe ofereça opções de mercado.

Hoje ele é a estrela em ascensão no Grêmio - consolidado mesmo, eu penso que temos apenas Victor. Mário Fernandes, Rodrigo, Maylson, Douglas e Borges acompanham o "matador", numa ascensão bem mais rápida que a deste, feita de pedras soltas, subida íngreme e até vento para baixo.

Não é craque. Nunca será. Não é o bonitinho. Também jamais será. Mas também não serve para o bode expiatório, aquele por quem passa as causas de todo o mal de um time. Tinha a necessidade de se recuperar da sua primeira passagem pelo Grêmio, na qual seu melhor momento foi o gol a um minuto no jogo que rebaixou o Corinthians em 2007. Em 2008, teve participação negativa naquela partida fatal contra o Juventude no Olímpico: apesar de ter feito um gol, comprometeu a reação que era possível com uma expulsão desnecessária.

Foi jogador dispensável no Olímpico, por seus próprios deméritos. Andou pela Portuguesa, o que também foi por seus deméritos, onde foi goleador, o que todavia sempre é difícil de mensurar: ser goleador lá é uma coisa, ser aqui é outra coisa.

Sobreveio 2009 e ele determinado a ser a outra coisa. Apareceu bem no Gauchão e teve o resto do ano transitando na sazonalidade: uns meses passou em branco, outros compareceu no placar - quando parecia recuperar a forma e a auto-estima, lesionou-se. Ainda assim terminou como um dos principais goleadores do Grêmio - fez o dobro de gols do amado Máxi Lopez.

Em 2010 sobraria. As contratações indicavam que ele seria reserva de Leandro e/ou Borges. Foi, no primeiro tempo do primeiro jogo. Entrou no intervalo e teve estrela de marcar um gol.

Precisa ainda resolver problemas de cunho psicológico: por que, por exemplo, nunca faz um gol quando chega cara a cara com o goleiro. Invariavelmente acerta o defensor. Todavia, a despeito de suas claras limitações técnicas, é o nome do gol no Grêmio. Talvez tenha chegado no seu limite, talvez cresça ainda mais: só torçamos que não seja apenas uma fase.

A estrela sobe, sem dúvida.

2 comentários:

santiago caamano disse...

Tem razão, mas continuo achando irritante ver o Jonas jogar. ele chama a bola de vossa majestade, sem intimidade nenhuma. Mas é goleador, terei que engolir essa!!

santiago caamano disse...

Tem razão, mas continuo achando irritante ver o Jonas jogar. ele chama a bola de vossa majestade, sem intimidade nenhuma. Mas é goleador, terei que engolir essa!!

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