quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Seriados

Sou um confesso apreciador dos seriados americanos - coisa que aqui na aldeia se tenta, se tenta, se tenta e não se consegue sair do modelo caricato de A Grande Família!

Minha grande crítica às "sitcoms" brasileiras é a banalização da graça: os roteiristas passam do pressuposto que a cada segundo os personagens devem soltar piadas irrestivelmente engraçadas. E como é Globo, muito preocupada principalmente com as classes A e D (pra B e pra C ela está se lixando), as piadas tem que ser óbvias e fácil entendimento.

Outro fator que me cansa na comédia de costumes brasileira é o esteriótipo dos personagens: são imbecis elevados à enésima potência, tipos irreais, reféns de modelos como Zorra Total, por exemplo - o humorista do momento, Leandro Hassum, pode ser engraçadíssimo no teatro, mas na tevê é lamentável nos seus exageros. Mas faz sucesso, o que não me surpreende quando há quem ache engraçado o histriônico Jim Carrey!

Os seriados americados, as sitcoms no caso, não são produzidas por redes abertas de tevê, em geral. Selecionam melhor o seu público, e mesmo dentro delas há o esteriótipo que falo: nada mais banal na comédia americana que ridicularizar o homem médio: vide "Os Flinstones" e melhor ainda "Os Simpsons".

Agora pegue um exemplo de uma sitcom como Friends: feita para rir, mesmo assim ela tem seus momentos de tensão, de tristeza, de desençace de tramas - seria impossível manter o humor inteligente por 23 minutos ininterruptos no ar e por dez anos - claro que, opinião minha, a série caiu muito de qualidade a partir da 5ª temporada!

Até mesmo "Seinfeld", precursora no modelo ("comédia sobre coisa nenhuma") não pretendia manter, "full time" o riso frouxo na barriga do espectador. É preciso do tempo de respirar para continuar gargalhando!

Brasileiro é bom no dramalhão da novela, embora há muito que eu tenha abandonado o modelo. Vou assistindo a House, , Two and Half Men (que já apresenta sérios sinais de esgotamento do modelo), revendo Friends, e até mesmo a "Vampire Diaries" - fazer o que, se gosto de história de vampiro?

Um comentário:

santiago caamano disse...

Também sou um apreciador de seriados americanos, apesar de assistir a alguns poucos, House, Law and Order e, as vezes, Criminal Minds. Gosto da situação de ter que desvendar o problema principal enquanto rolam questões pessoais. Concordo plenamente na questão sobre Jim Carrey, pra mim uma tentativa de ser um Jerry Lewis, mas muito mal sucedida. Também acho que esgotou a fórmula da grande família, Zorra total eu assistia quando foi lançada e somente dois personagens de humoristas "das antigas", Paulo Silvino com o seu Severino e Chico Anysio com o impagável Alberto Roberto. O humor mudou muito, vinte anos atrás era texto, hoje virou gritaria e caretas. Caiu o humor ou caiu a inteligência?

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