sábado, 26 de junho de 2010

Os prazeres culinários

O cardápio de hoje, um sábado chuvoso, é carreteiro de javali com lentilhas, acompanhados de couve-flor refogada (era para ser na manteiga, mas esqueci de comprar). Evidentemente (e evidentemente apenas para quem me conhece), quem fará tudo isso sou eu. A cozinha, aqui em casa, é território meu. Já a área de serviço...

Sou de uma geração que era a mãe que ia pra cozinha e o pai que se esbaldava à mesa, depois ia dormir enquanto que a esposa dava conta da louça. Quase todos meus amigos em torno da minha idade viveram esse cenário. Eu vivi em parte pois, em geral, aos domingos era meu pai que assumia o fogão (mas não a pia!).

Cresci vendo ele fazer pratos elaborados no fim-de-semana: mocotó, feijoada, pastelão no forno, lasanhas, dentre outras aventuras culinárias - isso quando não rolava o famoso churrasquinho - de meu tempo de MUITO piá, ele e meu vô materno, em volta da churrasqueira, apreciando cervejas geladas e com aquele papo de adulto, eu em volta dando uma de garçon ("não corre com a garrafa na mão", "segura embaixo", eram os gritos que vinham do fundo do terreno enquanto eu zeloso atravessava o pátio).

Diante disso tudo, tornou-se imperioso que eu me dedicasse às lides gastronômicas. Mas não foi automático, foi bastante gradual: aprendi a fazer molho de cachorro quente aos 13 anos. Arroz, por necessidade (e é algo que ainda hoje tenho minhas dificuldades de acertar o ponto). Morando sozinho aumentei minha lista de preparos, mas nada muito sofisticado: isso é algo que venho adquirindo nos últimos anos.

Tenho comprado livros, assistido a programas de tevê e pensado seriamente em fazer cursos. Só preciso, todavia, aprender a controlar a compulsão de comer, afinal não preciso provar TUDO o que faço. Tá, vão dizer que faço o rango e depois quase não como: errado. Como tal qual estivesse à mesa esperando a iguaria!

Mas isso é outro capítulo, é papo pro meu endocrinologista - que ainda não tenho, mas vou arranjar um. Enquanto isso, vou encerrando o papo porque tenho que ver se minha lentilha vai bem, obrigado!

Um comentário:

blog da Paraguassu disse...

Tal pai, tal filho. Na cozinha, teu pai é "fantástico", apesar de sempre achar que tal prato poderia ter ficado melhor. Eu sempre acho tudo ótimo, inclusive aquele peixe que fizeste aqui em casa. E o arroz? Foi de abafar! Imagino esse carreteiro de javali com ervilhas tenha ficado maravilhoso. Até já me deu fome!
Bjs. a todos, Maria. Tasso manda abrs. e bjs.

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