Nasci numa época em que a tecnologia era uma coisa de poucos e loucos. Queria ter um gravador. Exatamente, um gravador, daqueles que se põe a fita k-7 e se grava vozes. Uns amigos ganharam de presente do pai, era o máximo.
Nessa época, meu pai comprou um rádio-gravador. Fitas Basf 60 minutos. O máximo. Passava as tardes e as noites colado ao rádio esperando ansiosamente por aquele sucesso que eu gravaria e pudesse ouvir quando quiser. Muitas vezes demandava semanas, até a música aguardada tocar.
Não raro se desistia daquela emissora e passando o dial para outra, se pegava a exata música desejada pela metade. Ou então passava-se por todas as estações possíveis e se voltava àquela que se estava antes. Pimba, lá tava a malsinada música tocando pela metade.
Havia uma técnica de tentar adivinhar antes do locutor “soltar” o som: muitas músicas foram gravadas assim, não era bem a esperada, mas enfim, tava gravando e o som era legal. O máximo dos máximos, evidentemente, era acertar em cheio, pois nem sempre era anunciada a próxima a ser tocada.
Ou então era anunciada e o cara ia falando durante toda introdução instrumental, até entrar a locução. Pronto! Foi-se a possibilidade de gravação. Amigo meu, hoje meu cumpadre pois é padrinho de minha filha, chegou a ligar para famoso locutor de rádio FM e lhe descer os cachorros por conta disso!
Mas o tempo passou e vieram os mp3 e os rapidshare da vida. Ah, quer tanto uma música? Basta dar uma boa buscada em alguns saites, esperar alguns minutinhos, dependendo da sua conexão, e pá-pum, tá lá a música “baixada”. Ta feito o download! Sem surpresas, sem grandes esperas, sem locutores que falam pelos cotovelos, sem troca de estações de rádio.
E com o tempo que sobra, fazemos o quê?
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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