terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Mas e os festivais?

Acabaram-se os festivais da tevê.

Os festivais da TV Record, TV Excelsior do final dos anos 1960, a TV Tupi dos anos 1970, depois os festivais da Globo da década de 1980.

Os festivais que mudaram a música popular brasileira, que popularizaram Elis, Edu Lobo, Taiguara, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Os Mutantes, Oswaldo Montenegro, Ivan Lins, Guilherme Arantes e outros tantos sumiram da tela da tevê.

Não cabem nesse mundo moderno que se vê tudo isso pelo youtube!

Em 2000 a Globo tentou resgatar isso, através do Festival da Música Brasileira, apresentado pelo Serginho Groissman. Para variar, a melhor canção não venceu ("Tubaína", de Fernando Chuí, ficou sequer com uma menção honrosa). "Tudo bem, meu bem", um rockinho de um gaúcho arranjado pelo dinossauro Carlini (ex-Tutti Frutti, banda da Rita Lee pós-Mutantes) foi a vencedora.

Mas sequer chegou perto da edição anterior, quinze anos antes, em que a Globo depois de três anos sem promover festivais, espalhou pelo Brasil o "Festival dos Festivais", em 1985. Emílio Santiago foi consagrado como melhor intérprete e o festival revelou para o país a então jovem Leila Pinheiro, com a canção "Verde", de Eduardo Gudin!

Lembro perfeitamente que fiquei dividido entre as maravilhosas "Mira Ira", do excepcional Lula Barbosa em parceria com o Grupo Tarancón e Mirian Mirah, e "O Condor", de Oswaldo Montenegro. Acabou vencendo a popular "Escrito nas Estrelas", interpretado pela apoteótica Tetê Espíndola, a preferida da mídia e, quiçá, dos bastidores do Festival. Mira Ira ficou em segundo, "Verde" em terceiro e Oswaldo Montenegro, que colocou um coral de cinquenta negros no palco para cantar, saiu de mãos abanando, possivelmente por já ter gasto sua cota de premiações nos festivais da Tupi de 1979 e da Globo Shell de 1980!

Aquele Festival ainda marcou por ter Cida Moreira cantando um simpático chorinho ("Novos Rumos", ou algo assim). Impossível não lembrar o grupo Joelho de Porco cantando "A Última Voz do Brasil" e o impagável Lìngua de Trapo com "Os Metaleiros Também Amam".

Creio que foi em 1981 que a preferida do público - "Planeta Água", de Guilherme Arantes, que levantou o Maracanazinho, viu Lucinha Lins interpretando o gaúcho Jerônimo Jardim com "Purpurina" levar o primeiro prêmio e uma das maiores vaias já vistas na música popular brasileira!

Falo disso de memória, tocando minhas impressões do passado apenas de ouvido. Não consultei sites. Bom ter essas coisas na memória, lugar de honra que os festivais ocupam para aqueles que curtiram a música dos anos 1970 e 1980!

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