quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Vésperas

E diz o ditado que o melhor da festa é esperar por ela. O melhor da viagem são os preparativos. O melhor do beijo é o olhar desconcertante que o antecede. Talvez. Talvez não o melhor, mas o símbolo de algo prazeiroso.

Amanhã é Natal, dizem. Portanto, hoje é a véspera. Conclusão nada genial, eu sei. Mas por que celebra-se a véspera de Natal com uma ceia? Por causa do melhor da véspera? Papai Noel que vem na madrugada no seu trenó ou num foguete (teoria da dona Irene)? os presentes ao pé da árvore natalina? O almoço em família do dia 25? O que é o melhor da festa, ou o símbolo de algo que nos dá prazer?

Eu sou parte de uma reciclagem de atitudes - não de pensamentos. Não curto Natal, já passou minha fase. Mas como tenho uma filha pequena, então necessário manter aquela chama, aquela fantasia gostosa de se esperar o velhinho barbudo, vindo da Lapônia e que faz "hohohohohoho".

Com tanto consumismo por aí, difícil desagregar o bom velhinho do impulso comercial da data. Eu tinha dificuldades de entender como o Papai Noel fazia brinquedos que chegavam com a marca da Estrela. "Eles põe depois", diria dona Irena. Explicação razoável.

Mas eu falava da véspera. Em que momento a véspera de Natal confundiu-se com a da noite de Ano-Novo. De uns anos para cá, talvez uns quinze ou vinte, tenho notado mais fogos de artifício na meia-noite do dia vinte e quatro pro dia vinte e cinco. Como uma prévia do ano-novo. Com a tal da ceia saindo só à meia-noite.

Antigamente não parecia ser assim. Talvez porque fosse antigamente e antigamente as coisas têm que ser diferentes, ou talvez porque a memória depois de duas décadas começa dar sinais de franco desgaste. Mas não lembro dessa semelhança do dia 24 com o dia 31, a não ser porque caem no mesmo dia da semana! Sei lá, deve ser a banalização das datas.

Em todo o caso, é véspera de Natal, e que todos a aproveitem do melhor modo para si.

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